segunda-feira, 1 de junho de 2009

PROCURA-SE O CONSUMIDOR

Esse artigo foi postado na coluna do meu grande amigo Lúcio Flávio (meiodarua.com.br). Acho válido republicar pela atualidade, ainda mais, do mesmo.

Em tempos de mercado globalizado, acesso a informação e convergência dos meios surge uma questão que arrepia o profissional de mídia das agências publicitárias: por onde anda o consumidor ? É claro que a resposta a essa pergunta está cada vez mais difícil de encontrar, o que faz com que os “mídias” das agências passem noites a fio em pesquisas e buscas, tentando achar o motivo da existência dos produtos: o próprio consumidor. Talvez a solução menos desastrosa esteja no mix mídia, o que de certa forma deixa o profissional tranqüilo, uma vez que alguma coisa, ou algo, irá chegar aos olhos ou ouvidos em forma de mensagem publicitária. Pergunto: será que a verba do anunciante não poderia ser otimizada com o uso de meios focados e direcionados ao target ?

O fato é que o estilo de vida das pessoas não mais condiz com a idade do mesmo, e isso é um problema, pois meios antes direcionados a tal público podem tranquilamente não mais satisfazer o mesmo com toda essa evolução tecnológica que vivemos. Imagine a cena: manhã de sábado e o cidadão (aqui vamos chamá-lo de Roberto) está de pé às 7h, precisa ir à academia cuidar do corpo. Às 9h está no supermercado, pois se acabaram os provimentos. No meio das compras liga um amigo: “Roberto, vamos comemorar a vida na praia ?” Soube de um bar em que está cheio de gatinhas (ainda se usa esse termo ?). Encontro marcado e lá vai o nosso herói. Olha pra lá, pra cá e consegue marcar um encontro pela noite para conversar com a provável “namorada”. Encontro marcado e lá vai o casal a uma boate: a ordem é dançar. Conversa vai conversa vem e a investida não dá certo, acaba tudo em pizza. Só resta deixar a companheira em casa e voltar pra balada. Roberto volta, dança mais um pouco e logo vai embora depois de um dia tão movimentado: o nosso herói vai repousar. Chega ao seu apartamento, abre um vinho, fuma o último cigarro e vai dormir. Detalhe: Roberto tem 43 anos !!! Pergunto: o mundo ficou louco ou o Roberto deveria estar em casa, acordado esperando os seus filhos chegarem da balada ? Não, o mundo não está louco, Roberto é quem vai pra Balada, ele não tem filhos e também não é casado.

E em relação aos meios ? Onde posso encontrar o meu target ? TV a noite ? Será que um jornal ? Outdoor ? Busdoor ? Olha aí novamente o mix ajudando o profissional de mídia. O fato é que as pesquisas de comportamento, de mídia, de marketing cada vez mais se fazem de suma importância, antes mesmo de se iniciar um plano de mídia. Afinal, para movimentar 15 bilhões de reais/ano em meios de comunicação segundo a Intermeios, se faz sensato que, no mínimo, se saiba onde se encontra o novo consumidor. Ah ! esqueci de mencionar: ele pode estar aqui, lendo esse artigo, nesse site, nessa hora. E que venha a convergência.

8 comentários:

  1. Como dá para ver, o consumidor hoje em dia não é "tradicional" e creio que o mix também não deve se prender ao tradicional. Na minha conclusão, a dificuldade é criada pelo cliente da agência. Não sempre ações "alternativas" são bem vistas. Surge um medodo cliente em ver sua verba direcionado a meios que não os tradicionais. Claro que tudo isso direcionado a Aracaju.

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  2. Discutido em sala de aula, esta situação, corriqueira hoje em dia o raciocínio de alcançar o consumidor não está mais no filtro do Roberto por renda ou idade, e sim no seu comportamento, personalidade e estilo de vida, mesclando não apenas a gama de meios que podem atingí-lo, mas tambem um outro público que em outros tempos poderiam facilmente ser os filhos dele mas hoje possuem potenciais de consumo equiparados.

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  3. Maravilha essa discussão .. agora uma coisa me assusta basteant: pensem nas possibilidades de contato hj em dia ! Quantos e mais quantos canais de comunicação as areas de midia, planajamento, criação etc tem que conhecer para direcionar a msg ao target ...

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  4. Mas é um susto bom! Quantos e mais quantos canais de comunicação nós temos! O Roberto já tá lá, só falta o cara que quer vender para ele querer chegar lá também!

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  5. Acabei de ler na Meio & Mensagem sobre o crescimento da mídia no 1º trimestre de 2009, 5,3% para ser mais exato. E o bacana é que o crescimente se direciona mais para os meios internet, TV por assinatura e cinema, provando que apesar da televisão liderar o ranking, esta havendo um investimento significativo em outros canais de comunicação. A matéria coloca em questão também o sofrido inicio da midia impressa nesse primeiro trimestre.
    Fica ai a mensagem...até a próxima :)

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  6. O comportamento do consumidor esta se tornando individualizado, cada um tem o seu. Ja não da mais para pensar por exemplo que o Roberto é casado, com filhos e tal...o Roberto quer curtir a vida, ta nas melhores baladas, vive viajando a negócios...Assim como tem o garoto de 20 anos que já é pai, tem que trabalhar para criar o filho e já não tem mais tempo de estudar. A propaganda do leite ninho na prateleira do supermercado vai direcionada para ele, porque o Roberto mesmo não ta preocupado com isso não. Ta dificil hein...é uma missão para o super mídia arrancar os cabelos e buscar a melhor solução para atingir o target certo.

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  7. Eu já acho que o conceito de mídia será totalmente reestruturado. Não é só o target que está mudando. As respostas já fazem parte da própria pergunta.

    Os profissionais de comunicação precisam entender que "mídia" não é mais trabalho deles. O máximo que pode ser feito será apenas aferição.

    Assim como Jornalismo, não precisaremos mais de diploma para ser comunicólogo.

    Duvida? Espere e verás...

    Leo,
    Parabéns pela iniciativa de fazer o blog. Mas agora tá na hora de atualizar.

    Quando é que vai rolar palestra pra mim aí? Tô doido pra ferver nossas cabeças em AJUCITY. Vamos marcar?

    Grande abraço.

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